Viver não é necessário. Necessário é criar.

quinta-feira, agosto 12

Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?'
(...) Não, eu não quero ser medíocre, não. Deus não me deu esse estômago enjoado, essa alergia encantada de vida e esse coração disparado à toa. Eu devo ser especial, eu devo ter algum talento.
Não, eu não quero ser medíocre, não eu não quero desistir, não quero optar pelo caminho mais fácil, não quero que a energia negativa me enterre. Faltava um romance entre a gente, falsamente preenchido por filmes e músicas românticas. Faltava um cansaço de prazer que me desse preguiça de olhar para outros homens.
Eu não sei se ele existe, da mesma forma que eu não sei se um dia serei uma grande ambientalista. Só sei que estou preparada para quebrar a minha cara, porque eu
posso ser louca, boba e infantil, mas eu não sou medíocre.

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